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Helder Andrade

Helder Andrade

Médico Neurologista

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Dor de cabeça por uso excessivo de analgésicos

A dor de cabeça por uso excessivo de analgésicos é um tipo de dor de cabeça crônica que pode ocorrer em pessoas com dor de cabeça primária, sendo o tipo mais comum de cefaleia de base a enxaqueca, já que é a que tem maior potencial para se tornar crônica, seguida pela dor de cabeça tipo tensional.

Entende-se por dor de cabeça crônica aquela que persiste por 15 dias ou mais no mês por pelo menos 3 meses. Logo, é fácil entender o motivo pelo qual a pessoa com dor de cabeça crônica faz uso frequente de analgésicos. Na dor de cabeça por uso excessivo de analgésicos, ocorre uso excessivo e regular de medicação usada para crises de dor por mais de 3 meses e com frequência maior que 10 ou 15 dias no mês, não havendo outra explicação para a dor.

A frequência de uso de analgésicos depende do tipo de medicação utilizada, sendo considerado uso excessivo o uso de mais de 10 comprimidos por mês de substâncias como ergotamina (Cefalium ®, Cefaliv ®), triptano (sumatriptano, naratriptano…), opioides (tramadol, codeína, morfina), associação de analgésicos (Neosaldina ®, Dorflex ®) e classes farmacológicas múltiplas ou mais de 15 comprimidos se for o caso do uso de paracetamol, dipirona, aspirina ou anti-inflamatórios não esteroidais (iburofeno, naproxeno, entre outros).

Dentre os fatores de risco mais comuns para o surgimento de dor de cabeça por uso excessivo de analgésicos, além dos pacientes portadores de dor de cabeça crônica, ter outras dores parece aumentar o risco para desenvolver este tipo de dor de cabeça, além de maior risco de recaídas em usuários de opioides. Mostrou-se mais comum no sexo feminino, em pacientes com doenças psiquiátricas (ansiedade e depressão), dores osteomusculares, queixas gastrointestinais (gastrite, esofagite), tabagismo, sedentarismo e fatores genéticos associados. Em 80% dos casos, a enxaqueca crônica é a doença de base mais associada.

Resumindo, é um importante fator de cronificação e de piora da intensidade da dor, pois quanto mais você usa medicação para dor, mais dor terá. Isso ocorre porque há uma sensibilização central do cérebro para as vias da dor, isto é, o cérebro aprende caminhos mais fácies para a dor, além de causar dependência da medicação em abuso. Logo, ficará cada vez mais fácil para a dor ser desencadeada, sobretudo se os fatores desencadeantes persistirem.

Mas como farei para tirar a dor de cabeça se não posso tomar analgésicos?

O tratamento deve ser individualizado e envolve inúmeras etapas, desde medidas educacionais e comportamentais até o tratamento medicamentoso apropriado:
• Retirada da medicação ou classe medicamentosa que está sendo utilizada em abuso, afinal é preciso entender que a piora da dor de cabeça se deve ao uso excessivo de analgésicos e se não for interrompido, não ocorrerá melhora do quadro;
• Prescrição de terapia-ponte para desintoxicar o paciente do componente em uso excessivo;
• Orientação correta ao paciente sobre a otimização analgésica para as crises;
• Início de tratamento profilático para a dor de cabeça de base, visando reduzir a frequência e intensidade das crises e, consequentemente, o uso excessivo de analgésicos;
• Orientação a médicos, farmacêuticos e pacientes quanto às consequências do uso frequente de analgésicos, inclusive em pronto-socorro;
• Terapia cognitivo-comportamental e técnicas em grupo;
• Diário de dor de cabeça para melhor entender os fatores relacionados à causa da dor e frequência e intensidade desta;
• Intervir nos fatores de risco modificáveis: praticar atividade física, parar de fumar, medidas para gerenciar o estresse e ansiedade, dormir bem, técnicas de relaxamento, evitar alimentos que pioram ou desencadeiam crises de dor de cabeça (gatilhos para a dor de cabeça de base);
• Seguimento de pacientes de risco em intervalos mais curtos para evitar recorrência do uso frequente de analgésicos.

O uso de analgésicos deve ser feito de forma esporádica, sendo normalmente recomendado o uso até 2 ou 3 vezes por semana no máximo. Se você necessita de mais do que isso por semana ou se possui mais de três crises de dor de cabeça por mês e não faz acompanhamento, é um sinal de que deve procurar assistência médica com o neurologista, o profissional mais capacitado em lhe atender nesses casos. Não postergue. Dor de cabeça tem tratamento eficaz e que resulta em melhora importante da qualidade de vida!

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