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ESQUECIMENTO E DEMÊNCIAS

Queixa frequente em consultas no ambulatório de neurologia, o esquecimento é uma preocupação encontrada em diferentes idades, sendo mais comum em pacientes mais velhos. No entanto, até certo ponto, pode ser normal esquecer algumas coisas do cotidiano, como esquecer de comprar algo no mercado ou mesmo esquecer onde deixou determinado objeto. Porém, quando o esquecimento começa a afetar nas atividades funcionais da vida diária, inclusive prejudicando ou interferindo na realização de tarefas que antes eram feitas corriqueiramente sem dificuldades, pode se tratar de algum problema que deve ser investigado.

O esquecimento significativo pode ter diversas causas, podendo corresponder, a título de ilustração a: doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer; causas metabólicas, como distúrbios da tireoide e deficiência de vitamina B12; causas infecciosas, como sífilis e HIV; tóxicas, como alcoolismo ou medicamentosas; causas vasculares, como sequela de acidente vascular cerebral (AVC); sequelas pós traumatismos; distúrbios crônicos do sono; consequência de transtornos psiquiátricos, como ansiedade e depressão, dentre outras causas. No mundo de hoje, o excesso de estímulos e de informações e a dependência cada vez maior da tecnologia também assumem lugar de culpa como causa de esquecimento.

Na avaliação de queixas cognitivas, não só é avaliada a memória, como também outros domínios cognitivos, tais como: atenção, orientação, linguagem (nomeação, encontrar palavras, fluência verbal, gramática, compreender comandos), coerência do discurso, funções executivas (planejamento e tomada de decisão), reconhecimento de emoções, dentre outros aspectos.

A demência é caracterizada quando há comprometimento cognitivo e declínio em relação ao nível prévio do indivíduo, junto a um comprometimento funcional, interferindo com a habilidade no trabalho ou em atividades usuais, não sendo explicada por quadro confusional agudo ou doença psiquiátrica maior. Dos quadros demenciais, o mais comum é a Doença de Alzheimer, seguido das demências vasculares (secundária a AVC ou pequenos infartos no cérebro).

Durante a história clínica do esquecimento, é importante notar os seguintes aspectos: se o paciente percebe que está esquecendo com frequência e que isto está atrapalhando suas atividades; se o esquecimento é uma queixa subjetiva e referida apenas por familiares; o tempo e evolução da queixa; se há progressão ou estabilidade do quadro; se há outros sintomas neurológicos associados ou alguma manifestação clínica; impacto funcional medido através de escalas (devendo ser aplicada junto com a pessoa que mora com o paciente).

A avaliação cognitiva direcionada com aplicação de exames específicos é fundamental para conseguir distinguir um esquecimento significativo de um subjetivo (quando o paciente relata ter esquecimento, mas não há impacto funcional ou alteração objetiva nas funções cognitivas).

A complementação da investigação com exames laboratoriais e de imagem pode ajudar no melhor esclarecimento das queixas de esquecimento, mas é importante deixar claro que nem toda queixa de esquecimento é sintoma de alguma demência.

O tratamento para a causa do esquecimento deve ser individualizado e voltado para a causa. Se o esquecimento for secundário a uma demência, ainda que sem cura, também há tratamento. Se a memória falha for uma queixa persistente e que altera sua rotina, é essencial se consultar com um médico. O neurologista é o especialista mais adequado para acompanhar e tratar.

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