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DISTÚRBIOS DO MOVIMENTO (PARKINSON, TREMORES...)

Os distúrbios de movimento constituem um grupo de doenças neurológicas diversas que alteram o controle do movimento sem afetar diretamente a força 

Ocorrem devido à disfunção de uma região mais inferior do cérebro chamada de núcleos da base (sistema extrapiramidal) que controla o automatismo dos movimentos através de neurônios inibitórios e excitatórios. Os distúrbios de movimento podem ser de dois tipos: hipercinéticos (movimentos involuntários de grande amplitude) e hipocinéticos (movimentos lentificados). 

A apresentação clínica é bastante variável e a principal doença desse grupo é a doença de Parkinson, mas várias outras doenças devem ser investigadas por cursar com outros sintomas, como: distonias (contração anormal e involuntária de um grupo muscular; coreia (movimentos rápidos, irregulares, breves e sem propósito); ataxias (movimentos incoordenados); entre outros. 

 

Doença de Parkinson

A doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum no mundo (atrás somente da Doença de Alzheimer), sendo mais comum em idosos e com discreta predominância no sexo masculino. Na doença de Parkinson, ocorre degeneração de neurônios que trabalham com um neurotransmissor chamado dopamina.

Embora o senso comum das pessoas leigas atribua o tremor como sendo o sintoma principal na Doença de Parkinson, na verdade, há uma ampla variedade de sintomas motores e não motores como sendo própria da doença.
Dentre os sintomas não motores, destacam-se: alterações no olfato; depressão; distúrbio comportamental do sono REM; disfunções autonômicas (hipotensão postural); constipação intestinal, entre outras. É válido ressaltar que os sintomas não motores podem surgir vários anos antes do inicio dos sintomas motores que caracterizam a doença.

A doença de Parkinson é clinicamente definida pelo surgimento dos sintomas motores. Destes, o principal e que deve obrigatoriamente estar presente é a bradicinesia, definida pela lentificação dos movimentos, como dificuldade para se levantar da cama ou pegar um objeto, por exemplo. Complementam os sintomas motores, também chamado de Parkinsonismo, o tremor (de predomínio em repouso e inicialmente assimétrico), a rigidez muscular e a instabilidade postural, comumente associada à marcha com passos lentos e dificuldade para se virar.

Com o passar dos anos, a doença progride e passa a afetar os dois lados do corpo, causando mais dependência por comprometimento da funcionalidade e outros sintomas podem surgir, como sialorreia (excesso de saliva e baba), disfagia (dificuldade para deglutir e engasgos frequentes), microfonia (a voz fica mais baixa), micrografia (a escrita fica com letras cada vez menores), alteração da curvatura do tronco, psicose e demência.

Não há um exame complementar específico para fechar o diagnóstico definitivo em pacientes com Parkinsonismo, por isso é importante a história clínica e exame físico, devendo diferenciar de outras doenças como Doença por Corpúsculo de Lewy, Paralisia Supranuclear Progressiva (PSP), Atrofia de Múltiplos Sistemas, Parkinsonismo medicamentoso (principalmente com remédios para tontura em idosos e uso de neurolépticos) e Parkinsonismo vascular (decorrente de AVCs).

O tratamento da doença de Parkinson envolve uma equipe multidisciplinar com fonoaudiologia, fisioterapia e psicologia, além do acompanhamento com outras especialidades médicas quando necessário. A doença não tem cura, mas o tratamento medicamentoso, que tem como base medicações que agem na dopamina, como a levodopa, melhora os sintomas da doença, melhorando a qualidade de vida do paciente. Em casos selecionados, pode ser indicada a cirurgia para colocação de um dispositivo de estimulação cerebral profunda.
A avaliação do especialista é de suma importância, sobretudo porque existem outras doenças que podem cursar com sintomas semelhantes. A mais comum é o tremor essencial.

 

Tremor essencial

Forma mais comum de tremor, caracteriza-se por ser de movimento e de postura, podendo afetar qualquer parte do corpo, sendo os membros superiores e a cabeça os segmentos mais acometidos com frequência.
A prevalência estimada é de 0,4 a 0,9% considerando todas as idades, mas com aumento significativo a partir dos 65 anos de idade (em torno de 7%), com discreta predominância no sexo masculino.
No tremor essencial, o movimento involuntário, rítmico e regular pode ocorrer durante a extensão do membro (tremor postural) ou durante movimento voluntário (tremor de ação) ou mesmo quando o membro se aproxima do alvo (tremor de intenção). Pode, também, acometer a fala (tremor de voz).
O diagnóstico é clínico e passa por uma história familiar (comumente encontrada), história clínica (início e evolução do tremor) e avaliação de outros distúrbios do movimento.
O tremor piora com ansiedade, fadiga muscular e situações de estresse social, podendo provocar embaraços sociais e profissionais. Embora não cause incapacidade na maioria dos pacientes, muitos se queixam de dificuldade e até 25% dos casos cursam com incapacidade, necessitando se afastar do trabalho.
Nesses casos, o tratamento medicamentoso está indicado, mas pode não ser completamente satisfatório. Em casos graves, estaria indicada cirurgia de estimulação cerebral profunda (DBS).

Como vimos acima, várias são as causas dos distúrbios de movimento, podendo haver dificuldade no diagnóstico destas doenças. O médico neurologista é o capacitado para realizar avaliação médica mais minuciosa, sobretudo quando essas alterações intereferem em suas atividades diárias.

 

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